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Moçambique poderá dominar mercado regional de energia

31 de maio de 2016

Moçambique poderá dominar o mercado de energia elétrica na região austral do continente africano, nos próximos três a cinco anos, prevendo-se que países como a Namíbia, Zâmbia, Botswana e África do Sul sejam os principais compradores, segundo projeções do Standard Bank.

De acordo com André du Plessis, diretor da Banca Corporativa e de Investimentos do Standard Bank, para que Moçambique domine o mercado de energia elétrica na região tem que investir em redes de transmissão fiáveis e estáveis para facilitar a transferência contínua de energia elétrica entre vendedores e compradores.

Na sua opinião, os contratos de comercialização de energia entre os países que possuem capacidade de geração de energia em excesso e aqueles que lutam contra a escassez de fornecimento serão um tema dominante nos mercados do setor na África austral e central nos próximos três a cinco anos.

Conforme sustentou André du Plessis, citado pelo Mediafax, é provável que Moçambique, que atualmente tem potencial para produzir mais energia elétrica do que a sua economia necessita neste momento, domine o lado da oferta deste mercado, onde se prevê que a Namíbia, Zâmbia e Botswana sejam os principais compradores na região, depois da África do Sul.

«Quase todos os aspetos de uma economia moderna dependem da energia elétrica para funcionar, de modo a que os países que emergem como os únicos com excesso de oferta terão poder de negociação significativo», frisou, acrescentando que Moçambique, que pretende duplicar a sua capacidade de produção para 5 giga watts (GW) até 2025, é um dos poucos países em África que possui atualmente um excesso de oferta de energia elétrica, graças à energia hídrica disponível a partir da barragem de Cahora Bassa, que tem uma capacidade instalada de 2.075 mega watts (MW) de energia por ano, ou cerca de 73 por cento da capacidade de geração instalada do país.

O diretor da Banca Corporativa e de Investimentos do Standard Bank acredita que Moçambique tem potencial para expandir a capacidade existente da barragem de Cahora Bassa em aproximadamente 60 por cento desde que consiga atrair o investimento necessário.

«O maior desafio que Moçambique enfrenta para aproveitar esta oportunidade e muitos outros projetos de energia é que tem infraestruturas de transmissão frágeis, o que é um requisito fundamental para a exportação de níveis adequados de energia elétrica para outros países da região», destacou André du Plessis.
Consta que Moçambique encomendou, recentemente, o projeto CTRG com capacidade de 175 MW da Sasol. Embora seja pequeno em comparação com outros projetos a nível internacional, o valor deste tipo de projetos não deve ser subestimado num contexto regional.

Para André du Plessis, a central térmica de 118MW construída em Moçambique pela Giga watt, uma empresa que foi adjudicada a uma concessão para a geração de energia elétrica com base no gás natural pelo governo para fornecer à cidade capital de Maputo, vai aumentar significativamente a rede nacional.

«Moçambique tem um grande número de projetos em desenvolvimento e ao longo dos próximos cinco anos está a tentar adicionar c.600MW de capacidade de geração, o que será obtido através de uma gama de diferentes fontes, tais como o carvão, sol e gás», indicou, acrescentando que a melhoria das infraestruturas de transmissão permitirá que o país impulsione as exportações de energia.

Moçambique já fornece, por ano, cerca de 1,349 MW à África do Sul, 100 MW ao Zimbabwe e 50 MW ao Botswana, e começou, recentemente, a fornecer 100 MW à Zâmbia, onde existe uma escassez de energia devido aos baixos níveis de água na barragem de Kariba.

Fonte: Abola África